Introdução de Lentes Fáquicas
Introdução de Lentes Fáquicas
As lentes intraoculares são implantadas no interior do olho para corrigir erros refrativos (miopia, hipermetropia e/ou astigmatismo), diminuindo ou eliminando a dependência de óculos ou de lentes de contacto. Chamam-se lentes fáquicas quando são implantadas sem remover a lente natural do olho (o cristalino), o que permite manter a capacidade de acomodação.
Estas lentes são pequenas e finas, fabricadas em material biocompatível e podem ser removidas a qualquer momento. Assim, podem ser uma alternativa segura e eficaz à cirurgia com laser quando esta está contraindicada ou quando o erro refrativo (dioptrias) é elevado. Em qualquer caso, a avaliação pré-operatória detalhada e minuciosa é fundamental para determinar se existem as condições de segurança para o implante da lente fáquica, nomeadamente a avaliação do endotélio da córnea e a medição da profundidade da câmara anterior.
Dependendo do tipo de LIO usada, esta poderá ser colocada à frente (câmara anterior) ou atrás (câmara posterior) da íris, mas sempre à frente do cristalino. Existem diferentes tipos de lentes fáquicas, as mais recentes são de um material flexível, que lhes permite entrar no olho dobradas e assim as aberturas necessárias ao procedimento são mais pequenas. Trata-se de uma cirurgia realizada em ambulatório, com duração de cerca de 20 minutos, mas muito delicada e por isso reservada a especialistas em cirurgia Implanto-Refrativa.
Qual o tempo de recuperação?
Na maioria dos casos ocorre uma melhoria muito significativa da visão imediatamente após a cirurgia e que evolui favoravelmente ao longo da primeira semana. A recuperação completa pode demorar até 1 a 2 meses no caso de lentes flexíveis sem sutura, ou cerca de 6 meses no caso de lentes rígidas em que haja necessidade de remoção progressiva de pontos. Na maioria dos casos, a melhor visão corrigida que se pode atingir após o implante da lente intraocular é quase sempre igual ou superior à obtida com óculos ou lentes de contacto antes da cirurgia, e com grande qualidade visual.
Quais as complicações mais frequentes?
No período pós-operatório imediato poderá haver algum desconforto/ dor ligeira, sensação de corpo estranho e fotossensibilidade. Estes sintomas melhoram com a medicação prescrita, associada a repouso relativo e ao uso de óculos com proteção UV.
Em alguns casos, o erro refrativo poderá não ficar completamente corrigido apenas com o implante da lente e ser necessário o uso de óculos ou lentes de contacto após a cirurgia. No caso de ser possível, a cirurgia LASER poderá ser efetuada num segundo tempo cirúrgico de forma a eliminar qualquer pequena graduação residual.
O maior e mais grave risco associado à cirurgia de implante de lente fáquica é a infeção intraocular (endoftalmite), situação rara. Outras possíveis complicações incluem as reações adversas das estruturas oculares ao implante, nomeadamente o desenvolvimento de catarata, a perda de células da camada mais interna da córnea e/ou a inflamação ocular crónica. Nestes casos poderá ser necessário remover definitivamente a lente. Existe ainda a possibilidade de as lentes fáquicas saírem da sua posição correta e haver necessidade de serem reposicionadas. É importante referir que dada a melhoria progressiva da qualidade das lentes e o maior conhecimento para a correta seleção dos doentes, estas complicações são cada vez menos frequentes.