A Unidade de Oftalmologia do Hospital Lusíadas Porto tornou-se recentemente uma unidade de referência na área do transplante da córnea. “Em casos em que os dois olhos estão afetados, a situação pode tornar-se muito limitativa em termos de qualidade de vida, podendo mesmo impedir a atividade profissional ou as atividades correntes do dia a dia como a leitura ou a condução”, refere Dr. Luís Oliveira, responsável pelos transplantes da córnea nesta Unidade.
São inúmeras as patologias com indicação para um transplante da córnea. No entanto, as mais frequentes são as disfunções endoteliais – como a distrofia de Fuchs e as descompensações endoteliais – e o queratocone. Se no caso das primeiras são mais frequentes as ocorrências em pessoas mais idosas, sobretudo nas mulheres, no que ao queratocone diz respeito a maior incidência da doença é em jovens. Aliás, as disfunções endoteliais têm-se tornado mais frequentes com o aumento da esperança de vida, por serem patologias associadas ao envelhecimento.
“Há vários tipos de transplante da córnea, com graus de complexidade variável. No geral, o grau de complexidade é idêntico ao de alguns outros procedimentos cirúrgicos oftalmológicos”, salienta Dr. Luís Oliveira. O transplante da córnea ocorre em situações em que não há qualquer outro tipo de procedimento para tratar a patologia em questão. Há, no entanto, algumas contraindicações e pessoas a quem não é indicado fazer. “Existem também situações que pela sua gravidade apresentam um prognóstico tão reservado que pode não ser aconselhável ou mesmo sensato fazer um transplante”, explica o oftalmologista.